Queda do Khal - (G)

Khal Drogo
Quem esses carneiros acham que são para dizer o que devo ou não fazer?, delirava Drogo enquanto atravessava o mar dohtraki montado em seu garanhão vermelho. Sou um Khal, e um Khal come o que quer, faz o que quer!
Sua ferida ardia e pulsava tanto quanto seu coração no dia em que sua lua e estrelas realizou o ritual em Vaes Dohtrak, mas diferente daquela vez o ardor e pulsação era doloroso e não de felicidade.
Não me rebaixarei pelas ordens de uma escrava qualquer, a dor não é nada para mim.. eu cuspo na dor, sou Drogo, filho de Bharbo e cruzarei o mar negro de sal, cavalgando sobre a água venenosa e tomarei a cadeira de ferro para a lua de minha vida. A Khalessi do Garanhão que vai montar o mundo, Rhaego!

Sua visão foi falhando aos poucos, o claro mar dohtraki a sua frente foi escurecendo e sumindo. Ao firme trote de seu robusto garanhão vermelho tudo parecia acontecer lentamente. O zumbido irritante de moscas lhe chegava aos ouvidos mas ele não tinha forças para se mover e esmagá-las como costumava fazer naturalmente.
O Khal aos poucos foi se curvando e uma dor visceral o atingiu na altura do peito como se um arahk lhe tivesse sido cravado no tórax e perfurado seu pulmão. Sua visão escureceu e Drogo caiu lentamente de seu garanhão para o chão quente e cheio de pedras do mar dohtraki.

Percebeu a Khalessi correndo a seu encontro e tentou responder a ela, mas mais uma vez sua ferida infeccionada o rasgou por dentro e ele não conseguiu conter o grito de dor.
Eu não sinto dor, pensou. Tenho que montar..tenho..
- Meu cavalo - arquejou.
Sua Khalessi esmagava as moscas que estavam por perto, mas não eram as moscas que o preocupavam no momento. Ele tinha que montar ou seus homens não iriam mais confiar nele. Viu quando Cohollo saltou do cavalo e se aproximou. Mas Haggo e Qotho continuaram montados, o observando de cima.
- Não - grunhiu Khal Drogo, lutando nos braços de Dany. - Tenho de montar. Montar. Não.
E então tudo escureceu de vez e Drogo não ouvia mais nada.